Artigo em parceria com a National Geographic Portugal
Numa noite de céu limpo, o olho humano pode ver umas 3000 estrelas, todas na nossa vizinhança galáctica. O que não conseguimos ver é, talvez, igual número de planetas, ofuscados pela luz da sua estrela. Haverá entre eles uma Terra 2.0?
Por Vardan Adibekyan1
O filósofo grego Epicuro (341-270 a.C.) escreveu: “Existe um número infinito de mundos, como o nosso e diferentes do nosso. Pois os átomos, infinitos em número, formam-se longe, pelo espaço fora […] Não há portanto em lugar algum qualquer obstáculo a um número infinito de mundos. Temos de acreditar que em todos os mundos há criaturas vivas e plantas e outras coisas que vemos neste mundo”. Temos agora enfim a possibilidade de responder, já não com base na crença, mas em observações, as importantes e audaciosas perguntas que Epicuro colocou há dois milénios: Haverá outras Terras? Como é que serão?
A nossa grande galáxia, a Via Láctea, tem cerca de 13,5 mil milhões de anos e estende-se por 200 000 anos-luz de um lado ao outro. A Via Láctea contém algumas centenas de milhares de milhões de estrelas e, temos agora quase a certeza, um número de planetas talvez igual, ou mesmo superior. Estas estrelas formaram-se em diferentes épocas e locais da Galáxia. Com diferentes histórias, também é de esperar que tenham diferentes quantidades de elementos químicos na sua composição.
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- Vardan Adibekyan é astrónomo (Investigador FCT) no Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço. Está atualmente envolvido em vários projetos do Observatório Europeu do Sul (ESO) e da Agência Espacial Europeia (ESA) que procuram estudar a relação química entre os planetas, as estrelas e a Galáxia.