Nos céus carregados de Vénus, constituídos sobretudo por dióxido de carbono e nuvens de ácido sulfúrico, uma disrupção atmosférica gigante, ainda desconhecida em qualquer outra parte do Sistema Solar, desloca-se veloz a 50 quilómetros de altitude e passou despercebida durante pelo menos 35 anos. A sua descoberta é relatada num estudo publicado na revista científica Geophysical Research Letters.
“Com observações coordenadas (…) conseguimos detetar esta onda recorrente que dá a volta ao planeta à volta de 300 km/h e que demora mais ou menos cinco dias a voltar a estar no nosso campo de visão, olhando a partir da Terra.”
Pedro Machado
Este estudo, liderado pela agência espacial japonesa JAXA, teve a contribuição de Pedro Machado, investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) e professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (Ciências ULisboa).
Pedro Machado explicou ao programa “E=mc2”, da Rádio Observador, a importância desta descoberta e o porquê de só ter sido realizada agora.
Investigadores descobrem “rasgão” gigante em Vénus
E=mc2, Observador, 6 de agosto, 2020