Chegou o caçador de exoplanetas da próxima geração

ESPRESSO: a estrela Tau Ceti.

Primeiro espectro não tratado obtido pelo ESPRESSO: a estrela Tau Ceti. Crédito: Nuno Santos

O ESPRESSO, um espectrógrafo echelle para observações de planetas rochosos e espectroscopia de alta estabilidade, instalado no VLT do Observatório Europeu do Sul (ESO), já teve “primeira luz” 1.

O coudé train2 do ESPRESSO, uma das componentes chave do instrumento, foi construído em Portugal pelo Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), Universidades do Porto e de Lisboa.

O ESPRESSO tem por objetivo procurar e detetar planetas parecidos com a Terra, capazes de suportar vida, assim como testar a estabilidade das constantes fundamentais do Universo. Para tal, irá medir velocidades radiais3, sendo capaz de detetar variações nestas velocidades de cerca de 0,3 km/h, ou seja, a velocidade de uma tartaruga a andar.

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Notas:

  1. A Primeira Luz (First Light) é um termo utilizado em astronomia, para designar a primeira imagem de um objeto astronómico, obtida com um novo instrumento.
  2. O Coudé Train é a componente, composta por nove elementos óticos de qualidade excecional, que levam a luz desde o telescópio até ao espectrógrafo, com o mínimo de aberração ou de perdas, ao longo de um trajeto com cerca de 60 metros. O Coudé Train do ESPRESSO foi construído pela equipa portuguesa, liderada pelo IA, e incluiu a participação da indústria portuguesa, nomeadamente a Ernesto São Simão, Tecnogial, Zeugma/Tecnisata e HPS.
  3. O Método das Velocidades Radiais deteta exoplanetas medindo pequenas variações na velocidade (radial) da estrela, devidas ao movimento que a órbita desses planetas imprime na estrela. A título de exemplo, a variação de velocidade que o movimento da Terra imprime no Sol é de apenas 10 cm/s (cerca de 0,36 km/h). Com este método é possível determinar o valor mínimo da massa do planeta. No entanto, em conjunto com o método dos trânsitos, é possível determinar a massa real.