Tsunami cósmico traz galáxias de volta à vida

Imagem radio que mostra a onda de choque (tsunami cósmico) a propagar-se pelo enxame.

Imagem radio que mostra a onda de choque (tsunami cósmico) a propagar-se pelo enxame. Créditos: Andra Stroe.

Uma equipa internacional de astrónomos, liderada por David Sobral, do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), e Andra Stroe, do Observatório de Leiden, descobriu1 que os mega tsunamis cósmicos gerados pelo choque de enxames de galáxias têm um impacto tremendo nas galáxias.

Os enxames de galáxias são “cidades” onde milhares de galáxias podem coexistir num espaço relativamente “pequeno”, mas onde as condições são de tal forma extremas que a maioria das galáxias está morta2. Contudo, até a maior cidade de galáxias pode fundir-se com outras cidades: é assim que crescem. Quando isto acontece, formam-se ondas de choque de energia inigualável, apenas ultrapassada pela do próprio Big Bang. Verdadeiros “tsunamis” com milhões de anos-luz de extensão, propagam-se ao longo de todo o enxame e comprimem o gás. Mas o que acontece às galáxias no enxame?

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Notas:

  1. Os resultados foram publicados hoje em dois artigos (Sobral et al. 2015 e Stroe et al. 2015) na conceituada revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
  2. As galáxias que ativamente formam estrelas, como a nossa Via Láctea, residem tipicamente no “campo” ou em ambientes com poucos vizinhos, enquanto que as galáxias nos enxames estão maioritariamente “vermelhas” e “mortas” – galáxias elíticas de grande massa cuja formação estelar cessou no passado, provavelmente quando se juntaram ao enxame.