Vida extraterrestre no planeta vermelho abre ciclo no Centro Cultural de Belém

"Vida em Marte" será a primeira sessão do ciclo MARTE 2030.

"Vida em Marte" será a primeira sessão do ciclo MARTE 2030. Nesta primeira conversa, a 13 de outubro, moderada por David Marçal, do iNOVA Media Lab, os investigadores Adriano Henriques (ITQB-NOVA) e Zita Martins (IST) vão convidar o público para uma viagem à procura de vida em Marte, explorando o passado do planeta e os últimos avanços científicos nesta área.

A possibilidade de vida em Marte é o tema da primeira conversa com investigadores de diferentes áreas, inserida num ciclo coproduzido pelo Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, o Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier1 e o Centro Cultural de Belém.

Terá existido, ou existe ainda, vida em Marte? A possibilidade de vida em Marte e as razões que nos motivam a enviar missões tripuladas ao quarto planeta do Sistema Solar serão temas para uma conversa com Adriano Henriques, investigador em Microbiologia e Professor Associado do Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier da Universidade Nova de Lisboa (ITQB-NOVA) e Zita Martins, investigadora em Astrobiologia e Professora Associada do Instituto Superior Técnico (IST). Terá lugar já no dia 13 de outubro, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

Impressão artística de Marte há 4 mi milhões de anos.
Créditos: ESO/M. Kornmesser

Vida em Marte” será a primeira sessão do ciclo MARTE 20302, um conjunto de quatro conversas em interação com o público em que investigadores de diferentes áreas irão falar sobre a possibilidade de vivermos no planeta vermelho.

Nesta primeira conversa, a 13 de outubro, moderada por David Marçal, do iNOVA Media Lab, os investigadores vão convidar o público para uma viagem à procura de vida em Marte, explorando o passado do planeta e os últimos avanços científicos nesta área.

“Sabemos que Marte, não agora mas no passado, tinha as condições de habitabilidade para a vida ter lá existido”, diz Zita Martins. “Agora, se existir vida, terá que existir por baixo, no subsolo, protegida da radiação solar.”

Zita Martins está envolvida em várias missões, nomeadamente nas que utilizam a Estação Espacial Internacional para recriar as condições em Marte nas quais podem hoje ainda existir microrganismos. Esta pesquisa poderá ajudar a escolher os melhores locais para fazer aterrar futuras missões ao planeta vermelho.

“Apesar de Portugal neste momento não estar a trabalhar diretamente em ir para Marte, tem realmente uma contribuição fantástica nesta área espacial”, sublinha Zita Martins

“A descoberta de vida noutros planetas vai ser a mais excitante novidade que a comunidade científica vai poder trazer ao mundo”, acrescenta Adriano Henriques, que estuda os mecanismos biológicos e moleculares que levam a que algumas bactérias consigam ultrapassar condições de uma adversidade extrema e até resistir à passagem do tempo.

O rover Curiosity, da NASA, em Marte.
O rover Curiosity, da NASA, em Marte. Um dos objetivos científicos da missão Curiosity é o de determinar se existiu vida em Marte no passado. Créditos: NASA/JPL-Caltech/MSSS

“Há microrganismos que vivem no fundo do mar sob temperaturas e pressão elevadas, com excesso ou ausência de oxigénio”, diz Adriano Henriques. “Não tenho dúvidas de que encontraremos noutros planetas formas de vida muito semelhantes a bactérias, que são organismos com uma capacidade de resistência única.”

Para Zita Martins, as conversas do ciclo Marte 2030 servirão para construir pontes com o público e mostrar a importância do trabalho que os cientistas estão a fazer nesta área.

O ciclo decorre entre outubro deste ano e janeiro de 2019 e nele vão ser também discutidos os desafios associados às futuras viagens a Marte, a sobrevivência no ambiente inóspito do planeta vermelho e os próximos passos na exploração espacial. No final das conversas, haverá oportunidade para observar o céu com telescópios, se as condições meteorológicas o permitirem.


Notas:

    1. O Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier (ITQB-NOVA), em Oeiras, é um instituto de investigação e formação avançada da Universidade Nova de Lisboa. Tem como missão fazer investigação científica e promover formação avançada em Ciências da Vida, Química e Tecnologias associadas, para benefício da saúde humana e do ambiente. Tem um gabinete dedicado à promoção da cultura científica e à divulgação da ciência ali produzida.
    2. O ciclo MARTE 2030 decorre sempre a um sábado, entre as 21h00 e as 23h00, na Sala Luís de Freitas Branco, no CCB. Serão cobradas entradas de valor simbólico (€ 2,5) para cobrir os custos de utilização do espaço, com uma opção ainda mais económica por sessão no caso da aquisição do bilhete para o ciclo completo (€ 8).