A edição de 2022 do Prémio Fundação Eng. António de Almeida foi atribuído ao investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA1) Benard Nsamba, antigo estudante do Programa de Doutoramento em Astronomia do Dep. de Física e Astronomia (DFA) da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP). O prémio foi revelado na passada quarta-feira, durante as comemorações do dia da FCUP.
Nsamba, colaborador do IA, atualmente a trabalhar no Instituto Max Planck para a Astrofísica (MPA), na Alemanha, obteve o grau de doutor em janeiro de 2020 com a tese “Asteroseismic Characterization of Exoplanet-host stars in preparation for NASA’s TESS and ESA’s PLATO space missions“, desenvolvida no IA, com uma bolsa de doutoramento da FCT no âmbito do programa PhD::SPACE2, sob a orientação de Mário João Monteiro e Tiago Campante (IA & DFA-FCUP).
Este prémio distingue uma “tese que deverá revelar excecional originalidade científica, com grau de repercussão positiva na comunidade cientifica e que os seus resultados científicos são fator de transformação dos mesmos em valor económico e social“, nas áreas das (a) ciências físicas, (b) ciências da vida, ciências agrárias e arquitetura paisagística, (c) matemática, estatística e informática. A edição de 2022 deste prémio foi dedicado às ciências físicas e distinguia uma tese completada nos anos de 2019, 2020 ou 2021.
Para o coorientador Tiago Campante: “Trabalhar e interagir com o Benard ao longo dos anos foi uma fonte de inspiração para mim. Eu regressei recentemente do Uganda, onde lecionei na escola doutoral organizada pelo Benard, onde testemunhei em primeira mão como ele está empenhado em desenvolver uma nova geração de astrónomos africanos, ao transmitir os seus conhecimentos e entusiasmo, continuando a servir de inspiração para os outros.”
Durante o doutoramento, Benard Nsamba destacou-se pelas suas contribuições para a compreensão de interiores estelares, contribuições essas que podem ser aplicadas na caracterização de precisão das estrelas com exoplanetas e dos seus sistemas planetários.
“Durante a meu estágio no Instituto Max Planck para Investigação do Sistema Solar (MPS), candidatei-me a uma das bolsas de doutoramento PHD::SPACE no IA. Mal eu sabia que seria a melhor decisão que iria tomar em relação à minha carreira académica!“, comenta Nsamba. “Além das atividades académicas programadas pelos meus supervisores no IA, o imprescindível apoio e camaradagem do ambiente académico foram as principais razões para o meu sucesso. Estou muito feliz por ter escolhido o IA e a Universidade do Porto para o meu doutoramento“, acrescenta ainda o atual Branco Weiss fellow, a trabalhar entre o Instituto Max Planck para a Astrofísica (MPA), na Alemanha e a Universidade de Kyambogo (KyU), no Uganda.
Notas
- O Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) é a instituição de referência na área em Portugal, integrando investigadores da Universidade de Lisboa, Universidade de Coimbra e Universidade do Porto, e englobando a maioria da produção científica nacional na área. Foi avaliado como “Excelente” na última avaliação de unidades de investigação e desenvolvimento organizada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). A atividade do IA é financiada por fundos nacionais e internacionais, incluindo pela FCT/MCES (UIDB/04434/2020 e UIDP/04434/2020).
- O PhD::SPACE é uma rede de doutoramento do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), com a participação da Universidade do Porto e da Universidade de Lisboa, que proporciona, com uma estratégia clara de internacionalização, ensino pós-graduado à próxima geração de astrofísicos, com foco nos grandes projetos internacionais em ciências do espaço.
Grupo de Comunicação de Ciência
Ricardo Cardoso Reis; Sérgio Pereira; João Retrê (coordenação, Lisboa); Filipe Pires (coordenação, Porto)