Projeto de investigação do IA destacado pela União Europeia

Imagem artística do satélite TESS no espaço. (Crédito: NASA/GSFC)

O projeto “PULSATION” foi alvo de destaque pelo CORDIS, que agrega os resultados de toda a investigação financiada pela UE.

O Serviço de Investigação Comunitária e Informação de Desenvolvimento da Comissão Europeia (CORDIS), destacou o projeto PULSATION do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA1) na rúbrica “Results in Brief”. A CORDIS é a principal fonte da Comissão Europeia de disseminação de resultados d os projetos financiados pelos programas da União Europeia.

Tiago Campante numa das conversas “À descoberta do Universo”

O Investigador Principal do PULSATION, Tiago Campante (IA & Faculdade de Ciências da Universidade do Porto – FCUP) mostrou-se muito orgulhoso: “O destaque dado ao nosso projeto pela Comissão Europeia é motivo de orgulho para os cientistas nele envolvido, a instituição de acolhimento (CAUP/IA) e o nosso parceiro na área da comunicação, a Ciência Viva. Numa perspetiva mais alargada, trata-se de um reconhecimento ao mais alto nível da investigação de ponta levada a cabo no Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e da capacidade dos seus investigadores para atraírem e fazerem uso eficiente de fundos europeus”.

Esta Ação Marie Curie tinha como objetivo usar fotometria do satélite TESS (NASA) para sistematicamente detetar e caracterizar exoplanetas que transitam estrelas pulsantes evoluídas. Os dados do satélite também foram usados para caracterizar estrelas-mãe de planetas já conhecidas, através de fotometria de trânsitos2, asterossismologia3 e medições de velocidade radial4 posteriores, por observatórios à superfície da Terra.

O resultado desta ação tem o potencial de fornecer uma nova visão sobre alguns dos problemas atuais em ciência exoplanetária, nomeadamente, a taxa de formação de planetas gigantes gasosos em função da massa da estrela, a correlação entre a metalicidade da estrela e a formação de planetas gigantes à volta de estrelas evoluídas e a estrutura dos planetas gigantes gasosos.

O projeto PULSATION também tinha um compromisso de chamar a atenção do público para o tema cada vez mais cativante que são os exoplanetas. Como parte desta ação, foi organizado, em parceria com a Rede de Centros Ciência Viva, o ciclo de conversas públicas “à Descoberta do Universo”. Este ciclo levou o Investigador Principal do PULSATION Tiago Campante e vários investigadores convidados a 12 Centros Ciência Viva, espalhados de Norte a Sul do país.

Os Results in Brief do projeto PULSATION estão disponíveis aqui (em inglês).


Notas

  1. O Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) é a instituição de referência na área em Portugal, integrando investigadores da Universidade de Lisboa e da Universidade do Porto, e englobando a maioria da produção científica nacional na área. Foi avaliado como “Excelente” na última avaliação de unidades de investigação e desenvolvimento organizada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). A atividade do IA é financiada por fundos nacionais e internacionais, incluindo pela FCT/MCES (UIDB/04434/2020 e UIDP/04434/2020).
  2. O Método dos Trânsitos consiste na medição da diminuição da luz de uma estrela, provocada pela passagem de um exoplaneta à frente dessa estrela (algo semelhante a um micro-eclipse). Através de um trânsito é possível determinar apenas o raio do planeta. Este método é complicado de usar, porque exige que o(s) planeta(s) e a estrela estejam exatamente alinhados com a linha de visão do observador. 
  3. A Asterossismologia é o estudo do interior das estrelas, através da sua atividade sísmica medida à superfície. Em sismologia, os diferentes modos de vibração de um tremor de Terra podem ser usados para estudar o interior da Terra, de forma a obter dados acerca da composição e profundidade das diversas camadas. De uma forma semelhante, as oscilações observadas à superfície de uma estrela também podem ser usadas para inferir dados sobre a estrutura interna e composição da estrela.
  4. O Método das Velocidades Radiais deteta exoplanetas medindo pequenas variações na velocidade (radial) da estrela, devidas ao movimento que a órbita desses planetas imprime na estrela. A título de exemplo, a variação de velocidade que o movimento da Terra imprime no Sol é de apenas 10 cm/s (cerca de 0,36 km/h). Com este método é possível determinar o valor mínimo da massa do planeta. No entanto, em conjunto com o método dos trânsitos, é possível determinar a massa real.

 

Contactos
Tiago Campante

Grupo de Comunicação de Ciência
Ricardo Cardoso Reis ; Sérgio Pereira ; Filipe Pires (Coordenação, Porto) ; João Retrê (Coordenação, Lisboa)