Recorrendo a dados dos rastreios SDSS e CALIFA, uma equipa de astrónomos, liderada pelos investigadores do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) Jean Michel Gomes e Polychronis Papaderos, descobriram no visível ténues regiões de formação estelar com padrões em espiral, na periferia de três galáxias elipsoidais.
Normalmente, as regiões de formação estelar são zonas azuis, regiões HII1 que albergam estrelas azuis massivas e de vida curta, situadas na zona do disco das galáxias espirais. No entanto, as galáxias elípticas e lenticulares (também designadas galáxias elipsoidais2) são compostas por estrelas antigas com cores avermelhadas. Julgava-se que estas galáxias estariam já “mortas”, por não estarem a formar estrelas.
Notas:
- As Regiões HII são nebulosas de emissão, gigantescas nuvens de hidrogénio ionizado. A formação estelar que ocorreu recentemente nestas nuvens produziu estrelas azuis de vida curta, que emitem enormes quantidades de radiação ultravioleta e ionizam o gás à sua volta. Em astronomia, o uso do numeral romano representa o grau de ionização de um elemento, com “I” (numeral romano para 1) a representar um elemento neutro, “II” um elemento ionizado (neste caso, H+), “III” um elemento ionizado duas vezes (por exemplo, Fe2+), e por aí adiante.
- Galáxias elipsoidais são galáxias Elípticas ou Lenticulares (S0), com formas arredondas. Esta designação vem da classificação morfológica de galáxias criada por Edwin Hubble e mais tarde expandida por Gérard de Vaucouleurs. Dispõe as galáxias em Elípticas, Lenticulares, Espirais e Irregulares, ao longo de um diagrama “em diapasão”.