Vento meridional de Vénus foi detetado pela primeira vez em ambos os hemisférios

Vento meridional de Vénus foi detetado pela primeira vez em ambos os hemisférios

Aquisição sequencial de espectros do lado diurno de Vénus a partir do Telescópio Canada-France-Hawaii em 19 de abril de 2014. Créditos: Pedro Machado et al.

A primeira evidência científica de que existe em Vénus uma circulação de vento entre o equador e os polos, ou vento meridional, foi reunida por uma equipa internacional liderada por Pedro Machado, do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) e da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL). Este resultado é publicado hoje num artigo da revista científica Icarus, publicação de referência na área de estudo do Sistema Solar.

Através do estudo da radiação solar refletida no topo das nuvens de Vénus, Pedro Machado e a sua equipa identificaram, em ambos os hemisférios, uma componente de vento perpendicular ao equador, concordante com a circulação atmosférica característica de uma célula de Hadley1 e com uma velocidade média de 81 km/h.

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Notas:

  1. Uma célula de Hadley, pela primeira vez identificada na atmosfera da Terra por George Hadley no século XVIII, é uma circulação atmosférica caracterizada pela ascensão de ar quente na região do equador e fluindo na direção dos polos rumo a latitudes médias, onde desce de novo para mais perto da superfície e regressa ao equador.