As estrelas parecem tão distantes, minúsculos pontos no céu noturno, que aparentam estar de todo fora do nosso alcance. Pelo contrário, os astrofísicos estão a desvendar os seus segredos, sondando-as mesmo até ao seu núcleo, explica Charlotte Gehan.
Por Charlotte Gehan1
Lembro-me, desde muito cedo, de ficar fascinada com o espetáculo das estrelas. Tinha então muitas perguntas: Serão as estrelas todas iguais entre si? Como poderemos saber o que se passa dentro delas? Estas e outras questões fizeram-me mais tarde decidir tornar-me astrofísica. Desde então, descobri que as estrelas têm muito mais para contar do que aquilo que nos revelam sobre elas próprias.
O Sol é a estrela que conhecemos melhor, porque é a mais próxima, mantendo a vida na Terra graças à sua luz e calor. No entanto, há uma grande variedade de tipos de estrelas, algumas muito maiores ou menores do que o Sol, e cada uma tem uma história diferente. Como astrofísicos, temos de compreender o que está a acontecer dentro das estrelas.
A luz das estrelas transporta as “impressões digitais” dos elementos químicos de que elas são feitas, os quais são uma indicação de quando, na história do Universo, essas estrelas se formaram. Ao mapear as idades das estrelas na nossa galáxia Via Láctea, os astrofísicos conseguem recuar até ao local onde elas nasceram. Ao fazê-lo, recriam a história de como a nossa galáxia evoluiu.
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- Charlotte Gehan foi investigadora no Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) e trabalha atualmente no Max-Planck Institute for Solar System Research, na Alemanha. É especialista em física estelar, e usa asterossismologia para estudar a estrutura interna de estrelas evoluídas, como as gigantes vermelhas.