Neste centenário da União Astronómica Internacional (IAU) começamos a rubrica “Estrelas que brilham no tempo” 1 com uma portuguesa, a atual secretária-geral desta organização, Teresa Lago.
Teresa Lago foi uma das figuras mais importantes no renascimento da Astronomia no nosso país a partir dos anos oitenta do século XX. É membro do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) e, a 30 de agosto de 2018, assumiu o cargo de secretária-geral da IAU, função que exercerá até 2021.
De facto, Teresa Lago trabalhou o desenvolvimento da astronomia em Portugal através de aspetos centrais da própria ação da União Astronómica Internacional: a investigação, o ensino, a divulgação e as políticas de ciência.
Em 1983 criou a primeira licenciatura em Astronomia em Portugal, e em 1988 o primeiro centro de investigação nesta área no nosso país, o Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP). A vertente de investigação deste centro é desde 2014 parte integrante do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço.
Ao nível da divulgação da ciência e promoção da cultura científica, Teresa Lago criou o núcleo de divulgação do CAUP, o qual em 1991 estreia o primeiro planetário portátil do país. Este planetário portátil ajudou a lançar, em 1996, o projeto do Planetário do Porto – Centro Ciência Viva, que abriu ao público dois anos depois. Este planetário é um importante centro de divulgação de ciência, dando especial ênfase à investigação produzida no IA.
Ao nível das políticas de ciência, Teresa Lago delineou em 1987 o Plano Nacional para o Desenvolvimento da Astronomia, a convite da então Junta Nacional para a Investigação Científica e Tecnológica, e no ano seguinte apresentou a proposta de adesão de Portugal ao Observatório Europeu do Sul (ESO), do qual o nosso país se tornaria membro pleno no ano 2000.
O Observatório Europeu do Sul, de facto um conjunto de observatórios no Chile e com sede em Munique, na Alemanha, é uma das infraestruturas mais produtivas nesta área a nível mundial. A participação de Portugal nesta organização permite aos cientistas portugueses aceder a instrumentos de excelência e estar na vanguarda da investigação em astrofísica, com reflexo na qualidade da sua produção científica.
Permite também que se associem a engenheiros e empresas tecnológicas portuguesas na definição, desenvolvimento e exploração dos futuros instrumentos que irão equipar estes observatórios.
Teresa Lago trabalhou o desenvolvimento da astronomia em Portugal através de aspetos centrais na própria ação da União Astronómica Internacional: a investigação, o ensino, a divulgação e as políticas de ciência.
Teresa Lago escolheu o tema da inclusão para a sua ação enquanto secretária-geral da União Astronómica Internacional. Inclusão de género, inclusão de diferentes culturas, diferentes setores sociais, inclusão de pessoas com limitações físicas ou sensoriais, e também a inclusão da própria sociedade na produção científica. Tudo isto com o objetivo de criar uma astronomia de todos e para todos, enriquecendo a astronomia e também o mundo à nossa volta.
- O Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço associa-se à celebração dos 100 anos da União Astronómica Internacional (IAU) através de várias iniciativas ao longo de 2019. Uma delas consiste na rubrica “Estrelas que brilham no tempo”, em que recordaremos figuras importantes na história da astronomia dos últimos 100 anos. Esta rubrica será objeto de uma breve apresentação no início de cada uma das sessões das Noites no Observatório durante o ano de 2019.