Europlanet atribui prémio de melhor dissertação de mestrado a dois investigadores do IA

Rafael Rianço Silva (esquerda) e Yuri Damasceno (direita)

O prémio Ibérico de melhor dissertação de mestrado na área das Ciências Planetárias foi atribuído pela Europlanet a dois investigadores do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço.

Este prémio é atribuído anualmente pela sociedade Europlanet a quem defendeu uma dissertação de mestrado relacionada com ciências planetárias, numa instituição Portuguesa ou Espanhola. Este ano foi atribuído ex-aequo aos investigadores do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), Yuri Damasceno e Rafael Rianço-Silva.

Ao atravessar a atmosfera do exoplaneta, a radiação da estela mãe que chega à Terra deixa assinaturas subtis da composição dessa atmosfera. (Crédito: ESO/M. Kornmesser)

Com o título “Determining the atmospheric composition of the ultra-hot Jupiter WASP-178b with ESPRESSO” (determinando a composição atmosférica do júpiter ultra-quente WASP-178b com o ESPRESSO), a dissertação do Mestrado em Astronomia e Astrofísica da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) foi defendida por Yuri Damasceno no passado mês de junho de 2024.

Moléculas de cianeto de vinil na Atmosfera de Titã. (Crédito: B. Saxton (NRAO/AUI/NSF); NASA))

Já Rafael Rianço-Silva defendeu em fevereiro de 2024 a dissertação “Exploring Titan’s Atmosphere Composition and Temporal Evolution using High-Resolution Spectroscopy, and its Interaction with the Surface using Atomistic Molecular Dynamics Simulations” (Exploração da composição e evolução da atmosfera de Titã e a sua interação com a superfície, usando simulações de dinâmica molecular atomística) do mestrado em Física e Astrofísica da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (CIÊNCIAS ULisboa).

Damasceno começou a sua formação como aluno da licenciatura em Física – Perfil em Astrofísica, no Dep. de Física a Astronomia (DFA) da FCUP. Desenvolveu o seu trabalho de mestrado no contexto da participação do IA no projeto ESPRESSO (que recentemente recebeu uma menção honrosa do Prémio de Inovação em Ciências e Tecnologias Espaciais da Agência Espacial Portuguesa – PT Space).

A sua dissertação foi desenvolvida em colaboração com o Observatório Europeu do Sul (ESO), o que o levou a passar os primeiros 3 meses do trabalho no ESO, em Santiago do Chile, a trabalhar sob a orientação de Julia Seidel. O resto do trabalho foi desenvolvido no polo da Universidade do Porto do IA, no Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP), sob orientação de Nuno Cardoso Santos (IA & DFA-FCUP).

Atualmente Damasceno é aluno do Programa Doutoral em Astronomia (PDA) da FCUP e investigador do IA onde vai desenvolver, sob a orientação de Olivier Demangeon (IA & UPorto) e Nuno Cardoso Santos, uma nova forma de caracterizar as atmosferas de exoplanetas em zonas habitáveis. Todo este trabalho serve de preparação para o futuro espectrógrafo ANDES, a ser instalado no maior telescópio da próxima geração, o Extremely Large Telescope (ELT), do ESO.

Rianço-Silva completou a licenciatura em Física da CIÊNCIAS ULisboa em 2021. O seu projeto de mestrado foi desenvolvido entre o polo da Universidade de Lisboa do IA e o Instituto Superior Técnico (IST), com coorientação de Pedro Machado (IA & CIÊNCIAS ULisboa) e Zita Martins (IST & Centro de Química Estrutural – CQE). Atualmente é aluno de doutoramento em Física e Astrofísica na CIÊNCIAS ULisboa, com o seu trabalho em atmosferas de exoplanetas a ser desenvolvido no IA e na University College London, sob orientação de Pedro Machado e Giovanna Tinetti (UCL).

A sociedade Europlanet tem como objetivos promover o avanço das ciências planetárias europeias e áreas relacionadas, ao apoiar uma comunidade diversificada e inclusiva em toda a Europa; reforçar a visibilidade do setor através do envolvimento dos diversos intervenientes (público, média, decisores políticos e indústria) e de atividades educativas; sustentar o papel fundamental que a Europa desempenha na área das ciências planetárias, através do desenvolvimento de ligações a nível nacional e internacional.

Além da distinção, ambos os investigadores foram convidados a apresentar o seu trabalho no 8º Congresso de Ciência Planetária e Exploração do Sistema Solar (CPESS-8), que está a decorrer em Málaga (Espanha).

Esta distinção é um reconhecimento do papel que Portugal, e em particular o IA, tem desempenhado no avanço da investigação espacial a nível internacional.