Investigadores do IA entre os de maior impacto a nível mundial

Alguns dos membros do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço reunidos no encontro anual em 2019.

Alguns dos membros do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço reunidos no encontro anual em 2019.

Numa lista dos cientistas mais citados do mundo figuram seis investigadores do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA).

Quase um décimo dos investigadores pós-graduados atualmente no Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) estão entre os cientistas de maior impacto mundial. Seis investigadores do IA constam da lista publicada1 na revista científica PLoS Biology que divulgou os cientistas atualmente ativos cujo trabalho foi até 2019 mais vezes citado pelos seus pares noutros artigos científicos. A lista é o produto de uma análise liderada por John Ioannidis, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos.

Fazem assim parte dos dois por cento de investigadores a nível mundial com maior impacto na sua área de investigação Andrew Liddle (IA e Ciências ULisboa), Francisco S. N. Lobo (IA e Ciências ULisboa), Nuno C. Santos (IA e Dep. de Física e Astronomia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto – DFA-FCUP), Pedro Avelino (IA e DFA-FCUP), e Carlos C. Martins (IA e Universidade do Porto). Em 2019, integra também esta lista dos investigadores de maior impacto Jarle Brinchmann (IA e Universidade do Porto).

Para Francisco Lobo e Nuno Santos, este nível de alcance internacional da investigação feita no IA nasce de um trabalho de anos a reunir os melhores investigadores em equipas multidisciplinares.

Para além da perseverança e exigência pessoais, a procura de colaborações com outros investigadores é um dos aspetos determinantes para atingir este nível de referência na comunidade científica, sublinha Francisco Lobo, que lidera no IA o grupo de investigação em Cosmologia. “Da interação com outros investigadores nasceram novas ideias, filões que tento explorar o mais possível. Considero que os meus interesses são abrangentes e que isso se reflete na produtividade.”

Nuno Santos, referindo-se à área que lidera, a procura e caracterização de exoplanetas, vê este resultado como a “consequência natural do intenso trabalho e esforço feito no IA, e de uma visão de longo prazo, para desenvolver e apoiar uma equipa numa das áreas mais competitivas e de maior impacto da Astrofísica atual. É um trabalho que envolve hoje mais de 30 investigadores e estudantes e que nos permite estar ao mais alto nível em projetos do Observatório Europeu do Sul (ESO) e da Agência Espacial Europeia (ESA).”

Para ambos os investigadores, este nível de alcance internacional da investigação feita no IA nasce de um trabalho de anos a reunir os melhores investigadores em equipas multidisciplinares. A estratégia de desenvolvimento do instituto está a dar os seus frutos e deve constituir um exemplo e incentivo ao nível nacional. José Afonso, coordenador do IA e investigador de Ciências ULisboa, acrescenta: “Quando falamos de investigação de ponta em Portugal, falamos também de Astrofísica e Ciências do Espaço, onde conquistámos um papel internacionalmente reconhecido. Lideramos alguns dos projetos mais importantes da atualidade e ajudamos assim a definir a investigação mundial nesta área.”

As duas listas com as métricas de impacto dos cientistas mais citados até 2019, e durante 2019, podem ser consultadas na plataforma Mendeley.


Notas

  1. O artigo “Updated science-wide author databases of standardized citation indicators”, por Ioannidis J. P. A., Boyack K. W. e Baas J., foi publicado a 16 de outubro de 2020 na revista científica PLoS Biology, Volume 18(10) (DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pbio.3000918).

Grupo de Comunicação de Ciência
Sérgio Pereira; Ricardo Cardoso Reis; João Retrê (coordenação, Lisboa); Filipe Pires (coordenação, Porto)