Sessão online para celebrar vinte anos de expansão da Astronomia portuguesa

20 anos de Portugal no ESO

Desde que Portugal é membro do Observatório Europeu do Sul (ESO), foram inúmeros os benefícios para a comunidade científica e para a sociedade portuguesa, que serão celebrados numa série de eventos organizados pelo Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA).

Completam-se neste sábado, 27 de junho, vinte anos sobre a assinatura do acordo de adesão de Portugal ao Observatório Europeu do Sul (ESO)1, a maior organização intergovernamental em Astronomia na Europa e o observatório mais produtivo do mundo.

Para celebrar esta adesão e duas décadas de expansão notável da comunidade científica portuguesa e de desenvolvimento da excelência do nosso país ao nível da ciência e da tecnologia nesta área, o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA2) inicia, já neste sábado, uma série de atividades com um amplo leque de intervenientes.

Foram inúmeros os benefícios para o nosso país desta adesão ao ESO. A comunidade de investigadores portugueses em Astronomia e Astrofísica cresceu e espalhou-se além fronteiras, os centros de investigação nacionais atraem cada vez mais cientistas de outros países, a produção científica nacional nesta área atingiu níveis de excelência, e cientistas portugueses participam e até lideram projetos internacionais.

Os quatro telescópios do VLT
Os quatro telescópios do VLT, no Observatório do Paranal, Chile. O ESPRESSO irá receber a luz conjunta recolhida pelos quatro telescópios. Créditos: ESO/B. Tafreshi (twanight.org)

Igualmente importante, a bandeira portuguesa está associada a instrumentos de vanguarda para os quais contribuíram cientistas, engenheiros e a indústria nacional.

O IA celebra todos estes alcances já neste sábado, dia 27 de junho, com o evento “20 anos de Portugal no ESO”, uma sessão pública e interativa online às 21h30 no canal do IA no YouTube. Vários investigadores do IA irão partilhar algumas das inúmeras descobertas possibilitadas pelos telescópios do ESO durante estes vinte anos, mas também pelo observatório ALMA, de que o ESO é membro fundador.

“A participação de Portugal no ESO é uma história de sucesso que vamos continuar a escrever, e muito para além das próximas duas décadas.”
José Afonso, coordenador do IA

A sessão terá ainda um painel de discussão que contará, entre outros, com a participação da Professora Teresa Lago, que contribuiu decisivamente para esta adesão desde 1988, atualmente secretária geral da União Astronómica Internacional (IAU) e membro do IA, de Chiara Manfletti, presidente da Portugal Space, a agência espacial portuguesa, e de Paulo Garcia, delegado científico Português ao Conselho do ESO.

Este evento será também o momento para partilhar a aventura fascinante que tem sido desenvolver instrumentação astronómica no limite da capacidade tecnológica, nomeadamente pelo IA, de modo a aproveitar a óptica excecional dos telescópios do ESO.

O MOONS é um espectrógrafo que será instalado num dos telescópios do VLT.
O MOONS (Multi-Object Optical and Near-infrared Spectrograph, ou espectrógrafo multi-objetos no ótico e infravermelho próximo), é um espectrógrafo que será instalado num dos telescópios do VLT.
Créditos: ESO/MOONS Consortium

Novos instrumentos estão a ser desenhados, alguns já para o futuro ELT, que será o maior telescópio do mundo, em construção no Chile, e serão pontos de partida para oferecer uma visão para os próximos 20 anos de Portugal nesta organização.

“Ao longo destas últimas décadas, conseguimos reunir talento, fazer crescer equipas, e desenvolver capacidades que nos colocam hoje na definição do panorama astronómico mundial”, afirma o coordenador do IA, José Afonso (IA e Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa – Ciências ULisboa). “A participação de Portugal no ESO é uma história de sucesso que vamos continuar a escrever, e muito para além das próximas duas décadas.”

 


Notas

  1. Constituído em 1962, o Observatório Europeu do Sul (ESO) é uma organização científica intergovernamental, com o objetivo de promover a cooperação Europeia no domínio da Astronomia e que se destaca pela conceção, construção e operação de observatórios astronómicos terrestres de ponta.
    A 10 de julho de 1990 Portugal assinou um acordo de cooperação com o ESO, dando início a um processo de adesão que ficou concluído em Maio de 2001, com a formalização de Portugal como membro de pleno direito desta organização. O acesso aos mais avançados observatórios mundiais colocam Portugal na linha da frente da Astronomia mundial. Graças a parcerias com a indústria nacional, o IA participa na construção de instrumentos para estes observatórios, como o ESPRESSO (VLT), NIRPS (NTT), MOONS (VLT), HIRES (ELT) ou MOSAIC (ELT).
    Entre 2020 e 2021 comemoram-se 30 anos do acordo de cooperação e 20 anos da adesão de Portugal ao ESO.
  2. O Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) é a instituição de referência na área em Portugal, integrando investigadores da Universidade de Lisboa e da Universidade do Porto, e englobando a maioria da produção científica nacional na área. Foi avaliado como “Excelente” na última avaliação de unidades de investigação e desenvolvimento organizada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). A atividade do IA é financiada por fundos nacionais e internacionais, incluindo pela FCT/MCES (UID/FIS/04434/2019).


Contactos

José Afonso

Grupo de Comunicação de Ciência
Sérgio Pereira ; Ricardo Cardoso Reis ; João Retrê (Coordination, Lisboa) ; Daniel Folha (Coordination, Porto)