Mapa tridimensional do Universo na sua infância revela 4 mil galáxias jovens

O campo do COSMOS, na constelação do Sextante, observado pelo telescópio VISTA (ESO) na banda do infravermelho.

O campo do COSMOS, na constelação do Sextante, observado pelo telescópio VISTA (ESO) na banda do infravermelho. Crédito: ESO/equipa UltraVISTA. Agradecimentos: TERAPIX/CNRS/INSU/CASU

Uma equipa internacional, que conta com a participação da investigadora do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) Ana Afonso e é liderada pelo colaborador do IA David Sobral  (Universidade de Lancaster), apresentou um dos maiores mapas tridimensionais do Universo na sua infância, onde foram descobertas cerca de quatro mil jovens galáxias.

Neste trabalho, publicado online em dois artigos1 e apresentado na Semana Europeia de Astronomia e Ciências Espaciais (EWASS), a equipa observou diferentes comprimentos de onda, para calcular o desvio para o vermelho2 destas galáxias. Obteve assim várias janelas para 16 períodos diferentes da história do Universo, entre 11 e 13 mil milhões de anos atrás, ou seja, entre 7% e 13% da idade atual do Universo.

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Notas:

  1. Os artigos foram publicados na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society em 9 de fevereiro e 14 de fevereiro.
  2. O desvio para o vermelho, ou redshift, é uma propriedade das ondas eletromagnéticas, semelhante à alteração do som que se ouve quando uma ambulância se afasta de nós (o chamado desvio de Doppler). Este efeito ocorre nas ondas (de luz ou sonoras) quando a velocidade de afastamento do objeto faz aumentar o comprimento da onda. Pode ser por isso usado como uma medida de distância, pois quanto maior o desvio para o vermelho de um objeto (por exemplo, uma galáxia), mais distante e mais para trás no tempo ele está.