Atmosfera da estrela permite prever a composição de exoplanetas rochosos

Imagem artística, com detalhe do exoplaneta Corot-7b.

Imagem artística, com detalhe do exoplaneta Corot-7b. Crédito: ESO/L. Calçada

Em dois artigos1,2 publicados recentemente, os investigadores do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) mostram que a abundância relativa de alguns elementos pesados na estrela, como Magnésio (Mg), Silício (Si) e Ferro (Fe), influencia de forma crucial a composição dos exoplanetas rochosos.

Em vários artigos publicados anteriormente, sugere-se que a abundância relativa de Fe, Mg e Si medida no Sol é semelhante à presente na Terra, Vénus, Marte e ainda de alguns meteoritos. Assim, no Sistema Solar, a abundância relativa desses elementos na Fotosfera3 do Sol pode ser usada para inferir a composição e estrutura dos planetas rochosos.

A equipa do IA usou espectros de alta resolução, obtidos usando diferentes telescópios, para determinar os parâmetros estelares e as abundâncias de vários elementos, em três estrelas onde se conhecem exoplanetas rochosos – CoRoT-7, Kepler-10, e Kepler-93. Os resultados mostraram que, nos exoplanetas analisados e nas suas estrelas-mãe, encontramos o mesmo tipo de relação que foi medida para as composições químicas dos astros do Sistema Solar.

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Notas:

  1. O artigo “Constraining planet structure from stellar chemistry: the cases of CoRoT-7, Kepler-10, and Kepler-93” foi publicado na revista Astronomy & Astrophysics.
  2. O artigo “From stellar to planetary composition: Galactic chemical evolution of Mg/Si mineralogical ratio” foi publicado na revista Astronomy & Astrophysics.
  3. A Fotosfera, vulgarmente conhecida como a superfície visível do nosso Sol, é uma região com cerca de 500 km de espessura e com uma temperatura de aproximadamente 5500º C.