Artigo em parceria com a National Geographic Portugal
A fim de revelarem os infindáveis segredos da nossa galáxia, a Via Láctea, os astrónomos não hesitam em vestir a roupa de arqueólogos. Arqueólogos Galácticos, pois claro.
Por Tiago Campante1
“A Via Láctea nada mais é do que uma massa inumerável de estrelas dispostas em aglomerados.” Desta forma descreveu Galileu Galilei na sua obra seminal, Sidereus Nuncius (em português O Mensageiro das Estrelas, 1610), o que via através da ocular do seu telescópio. Revolucionárias para a época, estas observações deixaram um legado que reverberou através dos séculos. Mas o que sabemos verdadeiramente acerca da Via Láctea ou, simplesmente, a Galáxia?
Tal como as demais galáxias, este enorme conjunto de estrelas, gás e poeiras a que chamamos Via Láctea é hoje diferente do que foi num passado longínquo. Desvendar esse passado e o modo como a Via Láctea evoluiu até ao que nos é dado a observar presentemente continua a ser um dos grandes desafios da astronomia moderna. Se quisermos melhor compreender o passado da Via Láctea, torna-se imperativo medir com precisão as propriedades dos seus blocos constituintes, ou seja, das estrelas que a compõem, e em particular, conhecer as suas idades. Como em qualquer sítio arqueológico, aqui começa o intrincado trabalho da Arqueologia Galáctica.
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- Tiago Campante é Marie Curie Fellow no Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e Professor Auxiliar Convidado na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.