Uma equipa internacional de astrónomos, da qual faz parte David Sobral, do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), estudou pela primeira vez o papel da estrutura em larga escala do Universo distante, identificando a rede cósmica1 e os seus filamentos como tendo um papel fundamental na evolução de galáxias como a nossa.
Como se formam e evoluem galáxias como a nossa Via Láctea? De uma forma simples, pensa-se que a estrutura a larga escala, dominada por matéria escura2, se tenha começado a formar muito cedo, a partir de pequenas flutuações iniciais no Universo primordial. Este “esqueleto” do Universo deverá ter tido um papel importante na formação e evolução de galáxias, algo que era até agora muito difícil de estudar e observar.
Notas
- O Universo, à sua maior escala, é composto por uma enorme rede cósmica. Ligados por enormes filamentos encontramos enxames, constituídos por centenas ou milhares de galáxias, verdadeiras “cidades” galácticas. Por outro lado, longe de enxames e filamentos encontram-se zonas de muita baixa densidade, quase vazias.
- A grande maioria da matéria do nosso Universo parece não interagir de forma alguma para além da atração gravítica. Não a conseguimos ver diretamente, mas sabemos que está lá pela forte atração gravítica da mesma. Designada por matéria escura, é de grande importância no estabelecimento da estrutura do Universo a larga escala. Sem ela, estrelas e galáxias nunca se teriam formado, e não estaríamos aqui.