Os conjuntos de estrelas que vemos na abóbada celeste parecem desenhar figuras que inspiraram os nomes das constelações. Mas as estrelas estão espalhadas pelo espaço. Aquelas que no céu parecem ser vizinhas, na realidade podem estar muito longe umas das outras se as virmos em profundidade.
Nesta atividade, em sala de aula, em família ou numa oficina ao ar livre, construa um modelo da distribuição das estrelas de uma constelação. Depois, invente o nome que a constelação teria se a víssemos a partir de um outro lugar da nossa galáxia. Pelo caminho ficará a saber um pouco mais sobre as estrelas e as suas cores.
Resultado final: uma maquete de uma constelação com cartão e fios. Atividade adequada a partir dos 9 anos. Duração aproximada de 30 minutos (preparação prévia de aprox. 1 hora).
Mensagens a veicular
- As estrelas vizinhas no céu podem estar de facto a distâncias muito grandes entre si;
- As constelações são convenções que nos ajudam a orientarmo-nos no céu. Se o seu conjunto de estrelas for visto de um outro ponto da galáxia terá uma configuração muito diferente.
- O efeito de paralaxe produz variações pequenas na posição aparente das estrelas, e tanto mais pequenas quanto mais longe estiver a estrela;
- As estrelas têm cores diferentes, que estão relacionadas com a sua temperatura à superfície. As estrelas azuis são muito mais quentes (como a chama do fogão a gaz, ou a parte mais interior da chama de um fósforo) do que as estrelas amarelas ou avermelhadas (como a parte exterior da chama de um fósforo).
- Muitas estrelas têm nomes árabes, o que testemunha o grande contributo da cultura e de astrónomos árabes para a astronomia. Já as constelações têm nomes com origem na mitologia grega, ou então, como muitas do hemisfério celeste sul, foram nomeadas na época dos Descobrimentos.
Materiais necessários
Para cada 8 peças:
- 8 placas rígidas pretas de tamanho A5:
a) 1 placa de cartão ~0,5 cm de espessura, tamanho A2 (cortar em 8 partes A5)
b) 1 folha de cartolina preta tamanho A2 (cortar em 8 partes A5) - Rolo de fio de linha preto resistente
- Conjunto de 100 contas de plástico coloridas
- 50% azuis se se fizer a constelação Orionte;
- 50% amarelas/laranja se se fizerem as outras.
- 4 folhas de papel vegetal com os asterismos impressos a preto a partir dos diagramas nesta folha anexa.
Se quiser, e para maior durabilidade, pode plastificar estas folhas e perfurá-las no local das estrelas. - 4 molas de orelhas, para fixar temporariamente o papel ao cartão
- 1 rolo de fita cola normal (para fixar as cartolinas ao cartão, e para fixar os fios no verso do cartão)
- 4 tesouras escolares
- 4 réguas, ou imprimir esta folha anexa.
- Tabela com as distâncias das estrelas e conversão para a escala
- Paus de madeira (palitos de espetada, p.ex.) para furar o cartão e ajudar a passar o fio pelo furo no cartão
- 8 anilhas de metal (suficientemente largas para atar 7 a 10 fios à volta sem obstruir a visão pela abertura central)
- 1 Planisfério celeste (para referência), que pode ser impresso em negativo (fundo branco), ou usar a aplicação Stellarium.
- Folhas brancas para desenhar
- Lápis
Descrição da atividade passo-a-passo
- Cortar o cartão à medida, e cortar e colar com fita cola a folha de cartolina preta na face do cartão.
- Fixar a folha de papel vegetal, com a constelação impressa, sobre o cartão com a mola de orelhas.
- Usando um dos paus, aplicar furos no cartão na localização das estrelas assinaladas.
- Cortar porções de fio preto em igual número ao das estrelas e todos com um comprimento aproximado de 64 cm (cortar o primeiro e usá-lo como referência para cortar os seguintes).
- Fazer passar cada fio por um furo no cartão. Deixar uma margem de 2 cm de fio no verso do cartão e fixar com fita-cola.
- Tendo em atenção as cores das estrelas assinaladas na tabela, reunir as contas em número igual ao das estrelas assinaladas e nas cores correspondentes.
- Fazer passar por cada conta o fio preto correspondente à respetiva estrela, dando depois a volta e voltando a passar o fio por ela. Desta forma, a conta poderá ser deslizada ao longo do fio, mas manter-se-á no lugar se for deixada por si própria.
- Juntar a outra extremidade de todos os fios num só feixe e dar um nó à volta da anilha. Tentar manter uma distância da anilha ao cartão de 56 cm. Cortar o excesso de fio no nó.
- Deslizar ao longo do fio a conta que representa cada estrela de modo a que fique distanciada da anilha o comprimento em centímetros indicado na tabela.
As distâncias às estrelas estão indicadas na tabela, em anos-luz. Um ano luz é a distância que a luz percorre num ano, cerca de 9,46 biliões de quilómetros. Na mesma tabela essa distância está convertida para a escala do nosso modelo tridimensional, em centímetros, que é diferente consoante a constelação escolhida, por razões práticas. No nosso modelo, a anilha representa a Terra, ou o nosso ponto de observação. - Com as contas todas posicionadas, segurar com uma mão no cartão e com a outra na anilha. Esticar os fios e aproximar a anilha de um olho, espreitando através da abertura central dela. A disposição das contas contra o fundo do cartão deverá permitir ver a forma da constelação.
- Mantendo os fios esticados, orientar o conjunto de modo a observar a constelação de lado. Essa seria a configuração das estrelas se viajássemos muitos anos-luz no espaço. Que figura lhe faz lembrar? Que nome daria agora a esta constelação? Desenhe a lápis numa folha branca e escreva o nome.