Códigos de síntese espectral sem emissão de gás ionizado produzem estimativas erradas das características das galáxias

Galáxia espiral NGC 1964

Galáxia espiral NGC 1964, situada a aproximadamente 70 milhões de anos-luz de distância da Terra na constelação da Lebre. Créditos: ESO/Jean-Christophe Lambry

Recorrendo ao código FADO1 os investigadores do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) Leandro Cardoso, Jean Michel Gomes e Polychronis Papaderos, concluíram que os atuais códigos de síntese populacional, que não contabilizam a emissão do gás ionizado das galáxias, levam a grandes viés na interpretação da evolução das galáxias.

Uma característica chave deste trabalho, publicado recentemente na revista Astronomy & Astrophysics, e o primeiro de uma série a ser publicada no futuro próximo, é que pega no trabalho original desenvolvido com o FADO, mas insere uma série de galáxias sintéticas que permitem quantificar a robustez dos atuais códigos de síntese espectral.

Leandro Cardoso (IA & Universidade do Porto) comenta: “Estes resultados mostram a importância da modelação da emissão das nebulosas em galáxias que estão a formar estrelas ativamente, para uma melhor estimativa da componente estelar. Isto faz do FADO uma ferramenta de análise espectral única, que permite analisar as características físicas e propriedades de evolução destes objetos extragaláticos”.

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Notas

  1. FADO é uma ferramenta de análise, desenvolvida pelos astrofísicos do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) Jean Michel Gomes e Polychronis Papaderos, que usa a luz emitida quer pelas estrelas, quer pelo gás ionizado de uma galáxia, para reconstruir a sua história de formação através do uso de algoritmos genéticos.