Resgatar a gravidade aos seus extremos

Conceção artística de um buraco negro

Conceção artística de um buraco negro. O forte campo gravitacional dos buracos pode gerar à sua volta um disco de acreção de material extremamente quente e que alimenta o crescimento do buraco negro, como se pensa que ocorre no centro de galáxias chamadas ativas, que são fontes potentes no rádio e nos raios X. Créditos: NASA

A teoria da relatividade geral de Einstein tem sido bem sucedida a explicar fenómenos gravitacionais numa ampla gama de escalas no Universo, mas em situações de densidades extremas, em objetos astrofísicos muito compactos como os buracos negros, a teoria aparentemente falha. Prevê a existência de lugares peculiares no espaço-tempo onde os parâmetros físicos, como a densidade, atingem valores infinitos, as chamadas singularidades.

Nas duas últimas décadas, um conjunto de versões modificadas das leis da gravidade de Einstein tem evitado com sucesso estas singularidades do espaço-tempo ao mesmo tempo que consegue descrever ambientes de elevadas densidades no Universo.

Uma exposição abrangente deste trabalho é feita num artigo de revisão publicado na revista científica Physics Reports e da autoria de uma equipa de investigadores que inclui Diego Rubiera-Garcia, do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) e da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL). Inspiradas no modelo Born-Infeld1, primeiro aplicado ao eletromagnetismo na década de 1930, estas teorias têm mostrado um leque de aplicações que vão da física estelar até alternativas à teoria do Big Bang.

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Notas

  1. O modelo Born-Infeld foi pela primeira vez proposto na década de 1930 pelos físicos Max Born e Leopold Infeld de modo a impor limites superiores em alguns parâmetros da teoria clássica do eletromagnetismo de Maxwell.