Missão japonesa estuda o mistério de Vénus com colaboração de investigadores portugueses

Composição de uma imagem de Vénus obtida no infravermelho, com a Via Láctea em fundo.

Composição de uma imagem de Vénus obtida no infravermelho, com a Via Láctea em fundo. Créditos: Vénus - ISAS/JAXA (modificada), fundo - John Colosimo (colosimophotography.com)/ESO

Um dos mistérios do Sistema Solar é o facto de a atmosfera de Vénus completar uma volta ao planeta 60 vezes mais rápido do que o período de rotação deste, gerando ventos permanentes com velocidades ao nível das dos furacões.

Descobrir os mecanismos que mantêm esta “superrotação” motivou um dos mais completos e detalhados estudos sobre os ventos noturnos de Vénus próximos da sua superfície. Este trabalho, publicado hoje, teve a importante participação de Pedro Machado, do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) e da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), e foi liderado por Javier Peralta, da missão japonesa Akatsuki.

Para se fazer um retrato cada vez mais completo do que se passa na circulação atmosférica em Vénus é necessário conhecer os ventos, em detalhe e ao longo do tempo, nas várias camadas da sua atmosfera. A missão Akatsuki, da agência espacial japonesa JAXA, observou durante um ano o lado noturno de Vénus, permitindo analisar as nuvens entre os 48 e os 70 quilómetros de altitude. Uma das revelações mais importantes, na opinião de Pedro Machado, foi a descoberta de uma aceleração dos ventos, a estas altitudes, na zona crepuscular, na transição do lado diurno para o lado noturno do planeta.

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