Desvendado mistério com mais de meio século na atmosfera de Vénus

Vénus no ultravioleta

O planeta Vénus visto no ultravioleta pela Pioneer Venus Orbiter em 1979. Créditos: NASA

Pela primeira vez em mais de 50 anos, uma equipa internacional, da qual fazem parte os investigadores do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) Pedro Machado e David Luz, desvendou1 o mistério da nuvem “Y” de Vénus, descrevendo o mecanismo que a suporta e reproduzindo, de forma inédita, a sua evolução temporal.

O planeta Vénus está coberto por uma densa camada de nuvens sem quaisquer características distintivas. Porém, quando observado no ultravioleta, apresenta estruturas escuras impressionantes. A origem da maior destas estruturas, que cobre quase todo o disco do planeta e tem a forma de “Y”, tem sido um mistério desde a sua descoberta há mais de cinco décadas. No início, os astrónomos pensavam que o Y era apenas um aglomerado de nuvens arrastadas pelo vento, mas em 1973, os dados da missão Mariner 10 (NASA) revelaram que a estrutura não só se propaga como um todo, como fá-lo a uma velocidade diferente do meio envolvente.

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Notas:

  1. O estudo foi publicado no artigo “Venus’s major cloud feature as an equatorially trapped wave distorted by the wind” na revista Geophysical Research Letters.