2020 é o começo de uma nova década? Conheça a resposta dos peritos

Nada como uma discussão em que todos têm razão, mesmo que em debate esteja um problema sem relevância de maior. Pelo menos, relevância científica.

Para quem viva por estes dias com a angústia de não saber se comemora na próxima terça-feira a passagem para a nova década, ou se em causa está apenas um simples ‘reveillon’ de 2019 para 2020, a resposta é simpática: cada um que decida.

A questão não levanta preocupações na comunidade científica, garantiu ao Expresso Daniel Folha, investigador do Instituto Astrofísico e Ciências do Espaço, da Universidade do Porto. “Depende de como se escolher fazer a contagem”, justificou.

Na verdade, se recuarmos no tempo, à época em que foi adotado o calendário gregoriano, “o que acontece é que não existiu um ano zero”, explicou o investigador. “E se o primeiro ano foi o 1, a primeira década terminou no final do ano 10”, concluiu Daniel Folha. Daí em diante, é seguir a mesma lógica, o que significa que estamos a 12 meses de celebrar a passagem para a próxima década.

Ou não. Porque o investigador não vê problema em ceder ao gosto de assinalar as efemérides com base na mudança do algarismo das dezenas.

Se for mesmo preciso encontrar um culpado pela confusão gerada, que o dedo acusador recaia sobre Dionísio, o Exíguo, o monge que numerou os anos que passam desde a data a que o religioso atribuiu o nascimento de Jesus. Por muito que o conceito de ‘zero’ tivesse sido já inventado pelos indianos, os europeus não o utilizavam. Assim, o mundo passou diretamente do ano 1 a.C. para o ano 1 d.C.

Mas que a dúvida não seja motivo para atrapalhar as celebrações. As passas são mesmo 12 e a contagem decrescente é um exercício consensual.